Diz-se que o verão é tempo de paixões. À luz dos dias longos e quentes, tendemos a caminhar ao encontro do outro, e com ele viver encontros de namoro – e sexo – que podem transformar-se em relações de amor. Ou não.
Mas também ninguém está muito interessado no futuro das relações ao sol – que se esgotem na estação ou sejam eternas enquanto durem. E quase toda a gente sonha é vivê-las, pelo menos uma vez. No final da adolescência, a experiencia é mesmo assumida como ritual de passagem.
As questões ficam para quem observa estes amores, independentemente de ter tido um ou não. Será o sol ou o calor que nos deixa neste estado, com as emoções e impulsos à flor da pele? A luz que nos amplia este estado de atração e o desejo?
Para a sexóloga Renata Chaleira é mais seguro dizer que “as relações sexuais aumentam nesta altura porque os encontros entre as pessoas acontecem mais”. Em tempo de férias há mais tempo livre, estamos mais disponíveis para atividades lúdicas e prazenteiras, e “temos menos níveis de stress e de ansiedade”.
Para além deste efeito de mera exposição, há ainda o facto de andarmos mais desnudados e isso despertar claramente o desejo. “Vestimos menos roupa e esta deixa adivinhar as formas dos corpos mais bronzeados”. Estão reunidos todos os “fatores para um encontro sexual, sensual ou relacional”.
De todos os sentidos, a visão tem o papel privilegiado. Escolhemos olhando. “À partida procuramos alguém que seja atraente aos nossos padrões físicos”, comenta a sexóloga, explicando que as regras do jogo podem, no entanto, mudar de acordo com o que se procura: um caso para uma noite, ou uma relação para férias que já contém uma pequenina semente de esperança que possa transformar-se em relação de amor.