Tag Archives: livro

Paraíso e Inferno

9 Sep
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Paraíso e Inferno, de Jón Kalman Stefánsson

Li recentemente Paraíso e Inferno (Cavalo de Ferro), o primeiro volume da trilogia do escritor islandês Jón Kalman StefánssonContinue reading

Acabei de ler ‘Jovens Corações em Lágrimas’

23 Mar

R Yates

Quando estamos quase a simpatizar com o jovem casal Michael Davenport e Lucy Blaine (ela é rica, ele ambiciona uma carreira literária) Richard Yates dá-nos a volta. A mudança de tom na descrição das personagens principais de Jovens Corações em Lágrimas leva-nos perto da aversão, por vezes. Continue reading

Domingos perfeitos!

1 Feb

Enquanto lá fora as nuvens rendem o sol e o sol rende as nuvens, hesitações do primeiro de fevereiro, componho um domingo perfeito: Continue reading

Últimas leituras

22 Jan

Um Circo que Passa

Acabo de ler a primeira obra de Patrick Modiano. Desde que o francês venceu o Prémio Nobel de Literatura 2014 que andava curiosa relativamente ao autor que, admito, nunca tinha ouvido falar até ser-lhe dado este galardão. Posteriormente li alguns artigos e crónicas sobre ele e a sua obra, no âmbito do prémio da Academia Sueca, e soube que afinal é mesmo assim: Modiano é muito conhecido no seu país, mas nos outros nem por isso. Na Bertrand – que é onde eu gosto de comprar os meus livros, porque tem sempre uma grande diversidade de obras e por que o atendimento é de exceção – encontrei três pequenas obras do autor. Depois de as folhear e ler uma ou outra passagem, optei por Um Circo que Passa (D.Quixote). Gostei. Gostei muito da escrita de Modiano, é apurada. E do suspense que ele consegue manter, pelo menos nesta história, mantendo-nos completamente dentro dela, com desejo de conhecer o desfecho e ao mesmo tempo mantê-lo, por mais um pouco. Adoro as suas personagens solitárias, frágeis, sublimes. E da atmosfera nostálgica de uma Paris dos anos 60. A última página de Um Circo que Passa (o final) é inesperada. [Esteve menos bem a revisão do livro, um pouco descuidada]

Perfeito para (re)ler em qualquer lugar

1 Jul

Amor nos Tempos de Colera

Depois de ter estado a falar sobre as obras de Gabriel Garcia Márquez com uma amiga no sábado passado, em que eu dizia que a minha preferida é Cem Anos de Solidão, e ela que é O Amor nos Tempos de Cólera, fiquei com vontade de reler esta última. Achei que tinha o livro em casa pois comprei-o e li-o nos anos 90, mas não o encontrei. Depois que o tinha deixado no Alentejo numa das minhas idas a casa, mas também não está lá. [Mais um livro emprestado que não foi devolvido, seguramente. Por isso é que deixei de empresta-los]. Mas nem de prepósito, hoje encontrei o título nesta fantástica edição da Leya que tanto gosto (num supermercado). E não resisti. Comprei o livro. Assim que acabar a Sentinela, de Richard Zimler (só faltam cinco capítulos) vou rele-lo. Vai ser a segunda vez… mas é como se fosse a primeira. A verdade é que não retive nada além da história geral. Curioso, não costuma acontecer!

Chove (no segundo dia de Verão)

22 Jun

Richard Zimler

E hoje que eu tinha decidido fazer um programa especial na rua, até acordei cedinho para um domingo, fui surpreendida pela chuva a meio da manhã. A princípio não gostei. Mas depois comecei a achar graça a este convite inesperado para ficar em casa. Ir para a cozinha fazer bolinhos. E enroscar-me no sofá a ler um bom livro. Agora estou a adorar. Já tenho um bolo no forno a cozer. E vou começar a ler este livro de Richard Zimler A Sentinela. Gosto muito da escrita de Zimler, por isso tenho a certeza que vou ter uma boa tarde.

Desejo e culpa

19 Feb

Mil grous

Um homem e quatro mulheres. Uma história de desejo, culpa, remorso, saudade, nostalgia. Uma atmosfera de sensualidade quase doentia e emoções disfarçadas. Ou nunca confessadas. Eis a matéria-prima deste livro do Prémio Nobel de Literatura, o japonês Yasunari Kawabata, Mil Grous.

Quando Kikuji é convidado para uma cerimónia do chá organizada por uma antiga amante do pai morto, Chikako, jamais poderia imaginar que viria a envolver-se com uma outra amante do seu progenitor, a senhora Ota. E menos ainda do sofrimento que surgiria dessa relação improvável (e depois, há Fumiko, a filha da viúva Ota que também um papel interessante na história, especialmente no final). A partir desse momento, instala-se o enredo com final aberto.

Apesar da alusão ao grous, uma ave sagrada no Japão que simboliza a longevidade (na história elas decoram o lenço da jovem Yukiko, com quem Chikako pretende casar o filho do ex-amante), as personagens não estão propriamente protegidas pelo pássaro mítico. Absolutamente fabuloso o estilo de escrita de Yasunari Kawabata: uma linguagem suave e abstrata, cheia de subjetiva. Uma prosa que é quase sempre poesia.

De mãos dadas com Alice

28 Jan

Alice

Antes que eu pudesse juntar as letras e construir palavras, já me liam histórias fantásticas. Para me adormecerem. Sempre. Para me fazerem comer a sopa de legumes. Quase todos os dias. Quando cresci um pouco mais e aprendi a ler, já esses livrinhos faziam parte da minha biblioteca. Virei-me para eles. E enquanto a minha família testava a minha destreza em decifrar símbolos, eu sonhava. E como toda a criança resolvi as minhas angústias através dessas histórias. Li muitos contos de fadas, ao longo da minha infância. E mais tarde durante a pré-adolescência. Mas apesar de tudo o que nos liga a estas histórias, onde tudo é possível graças à imaginação, cortar com elas a determinada altura é sinal de ‘emancipação’. Que se cresceu.

Uns voltam lá pela mão dos filhos, alguns anos depois. São a maioria. Outros porque gostam de reler um bom livro. Há muito tempo que eu pensava voltar a ler Alice (no país das Maravilhas).  Pois sabe-se lá porquê, não tinha esta hitória de Lewis Carroll muita clara na minha memória! Mas chegava às livrarias, comprava livros e esquecia-me sempre deste fantástico clássico. Numa última visita em que procurava outro título – que não tem nada a ver com este e que não encontrei –, tropecei com Alice’s Adventures in Wonderland. E decidi, de uma vez só penetrar neste mundo do maravilhoso e treinar o meu inglês. Acabo de cair na toca do coelho…!

Um livro para (re)ler

21 Jan

livro

Já perceberam que eu gosto de abrir baús. E encontrar preciosidades. Um livro para reler, cheiinha de saudades daquelas personagens e atmosferas que já haviam ameaçado perder-se na minha memória.  Às vezes. Um filme. Uma música (um CD). Ou um acessório a que, de repente, apetece-me dar uma segunda ou terceira vida (um destes dias vou dedicar-me a este tema)

Gosto de procurar em lugares inusitados. Devagar. Com tempo. Prolongando o prazer da descoberta, sempre com o mesmo deslumbramento. Com a curiosidade de uma primeira vez.

Foi, por isso, maravilhada que ‘soltei’ a novela mais famosa de Camilo Castelo Branco do meu baú. Amor de Perdição. E que agora me preparo para ler. Leitura obrigatória no liceu, nas cadeiras de Português e Literatura Portuguesa (tive as duas!), voltei a lê-lo muitos anos depois quando me ofereceram precisamente esta edição, em Viseu, num hotel que agora não me lembro o nome. Já lá vão seis longos anos?! Parece ter sido há tanto tempo! Numa outra vida. Seja como for… Ler ou reler um livro é sempre inspirador!